terça-feira, 26 de julho de 2011

Você está satisfeito com o que faz?

Uma pesquisa feita nos Estados Unidos mostrou que apenas 50% dos profissionais dentro das empresas, estão realmente satisfeitos com aquilo que fazem, ou com o cargo que ocupam. Tenho repetido em minhas palestras sobre a necessidade de encontrar a satisfação naquilo que fazemos, ressalto que precisamos encontrar um propósito realmente valioso, no qual possamos dedicar nosso tempo. Caso contrário podemos estar dedicando os melhores anos de nossas vidas fazendo algo que não nos trás satisfação e como isso, os resultados vão se apequenar cada vez mais.

E você, como tem utilizado seu tempo? Como se sente em relação aquilo que faz todos os dias? Muitos falam que é preciso ter paixão naquilo que fazemos, e por paixão podemos entender uma vontade gigantesca de fazer mais e melhor. Sim é preciso ter paixão! Porém, paixão sem um propósito verdadeiro, pode apenas se transformar em “fogo de palha”. Muita gente que queria mudar o mundo ontem, já se acomodou com um bom salário e com as mordomias de um cargo executivo.

As pressões por resultados têm causado grandes insatisfações nos profissionais ao redor do mundo. A competição cada vez mais acirrada faz com que o nível de estresse esteja cada vez mais elevado. E por esse motivo muitos profissionais tem se questionado, se aquilo que estão fazendo tem trazido mais frustrações ou mais satisfações. Como citei no começo desse artigo, a proporção é de 5 para cada 10 profissionais em atividade, não estão nada felizes com seu trabalho. O que fazer para reverter esse quadro, e ter pessoas mais motivadas e realizadas dentro das organizações?

Acredito que a melhor forma de descobrir é tentando entender de onde vem toda essa insatisfação. A primeira questão é se tem haver com o trabalho em si e com as tarefas que tem que executar diariamente, ou se tem mais haver com as pressões exercidas por chefes ditadores. Muitos profissionais acabam largando uma profissão que adoravam por causa de problemas com os métodos dos chefes em subjugar os talentos das empresas.

O Norte Americano John Wood abriu mão de ser um alto executivo da Microsoft, com todas as mordomias de um alto executivo global, com jatinhos particulares e limusines à disposição, esperando em cada aeroporto do mundo, para tentar descobrir porque mesmo com todas essas coisas, seu nível de insatisfação era tão alto. Resolveu tirar férias, e fazer trekking no Nepal. A aventura acabou revelando qual era ser verdadeiro propósito, ajudar crianças carentes de países subdesenvolvidos, a ler e escrever. Ele então, criou uma ONG, a Room to Read, que construiu escolas e já ajudou a milhares de crianças em vários países. Ele conta sua história no livro “Saí da Microsoft para mudar o mundo”.

Não quero dizer que você tenha que se meter em uma aventura como essa para descobrir qual é o seu propósito, mas as histórias que geralmente ouvimos sobre superação e realização, podem sempre inspirar as pessoas a buscarem a felicidade naquilo que estão fazendo atualmente. Perguntado sobre qual conselho daria àqueles que estavam insatisfeitos no trabalho, respondeu; “Não seja infeliz. A vida passa rápido, rápido, rápido. Muitos, especialmente no meu país, dizem que odeiam seu trabalho. Que diabos estão fazendo nele então?” Finaliza.

De todas as viagens ou aventuras que você possa decidir se meter, saiba que onde você encontrará as melhores respostas é dentro de si mesmo. Permita-se ouvir a voz que vem de dentro do seu coração, e não tenha medo de mudar aquilo que faz, se assim for a mensagem que você receber, pois a vida passa rápido, rápido!

Escrito por Fernando Oliveira


Para contratar - Clique aqui

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Você sabe por que seus clientes não estão comprando?

Um dos motivos talvez seja pelo fato de que as mulheres gostam de estudar os produtos antes de comprá-los, sobretudo se for um produto novo no mercado. Elas leem cerca de 63% do que está escrito nas embalagens de pelo menos um produto. Assim, há uma conexão clara entre leitura e compra. E ler leva tempo, tempo requer espaço.

A maioria dos clientes tem verdadeira aversão ao examinar qualquer coisa abaixo da linha da cintura, com medo de serem esbarrados por trás. Para que isso não aconteça o ambiente de vendas precisa ter um bom espaço.

Não podemos esperar que um cliente se curve e se sinta confortável por mais que alguns instantes. Nem deixá-los se sentindo espremidos e esperar que eles permaneçam no local. Observe as expressões das pessoas em corredores lotados. Depois de alguns esbarrões, elas começam a parecer aborrecidas. E clientes irritados vão embora. Os varejistas precisam manter tudo isso em mente ao decidir onde colocar cada produto.

Todo mundo sabe que a taxa de conversão, isto é, o número de pessoas que entram e número dos que compram, é um indicador de desempenho vital para empresa. Se um em cada cem clientes que entram em sua loja compram algum tipo de produto, pode ser que seja até um bom resultado. Porém, é preciso entender e observar porque os outros noventa e nove não estão comprando, se é a falta de espaço, má exposição do produto, falta de informação. A taxa de conversão mostra quão bem ou quão mal o empreendimento, como um todo, está funcionando onde mais importa: na loja.

Para contratar - Clique aqui

terça-feira, 12 de julho de 2011

Em palestra, Ricardo Amorim prevê forte crescimento e boas oportunidades de investimento nesta década.

6 motivações econômicas para investir na sua previdência

Segundo o economista Ricardo Amorim, as boas perspectivas para a economia brasileira beneficiarão o investimento de longo prazo

Embora não descarte novas crises nos países ricos, Amorim sustenta uma visão otimista

São Paulo – Em recente seminário voltado para profissionais do setor de previdência privada da consultoria Mercer, o economista, comentarista de TV e colunista Ricardo Amorim, da Ricam Consultoria, traçou um cenário otimista para o Brasil dos próximos anos. Em pouco mais de uma hora de palestra, Amorim mostrou por que os investimentos de longo prazo, objeto dos fundos de previdência, vão se beneficiar muito da nova conjuntura mundial, em que os emergentes puxam o crescimento e os ricos cambaleiam e ainda correm risco de sofrer novas crises.

Por um lado, teremos que nos acostumar com juros mais baixos no longo prazo, que nos reduzirão a rentabilidade da segura renda fixa. Por outro, nossas empresas estão mais maduras, produtos financeiros diferentes já estão surgindo e, no caso dos fundos previdenciários, será possível ganhar dinheiro até com os gargalos estruturais do Brasil. Resultado: nas palavras de Amorim, o Brasil está “condenado” a crescer.

Daqui para frente, os investimentos de longo prazo se tornarão cada vez mais importantes para o crescimento do país. E para quem ainda não começou a pensar na própria aposentadoria, essa é a hora, principalmente se a intenção for aderir a um fundo de pensão ou mesmo de previdência abeta. Saiba por que:

1. Pressão sobre o preço das commodities

O principal motivo que “condena” o Brasil a crescer, diz Amorim, é a pressão que os preços das commodities devem continuar a sofrer nos próximos anos. “Os países que mais crescem no mundo são paupérrimos, têm uma população enorme e demandam muita matéria prima”, explica o economista. China e Índia serão os principais motores dessa demanda, e terão de compensar por décadas de atraso para alçar o patamar de consumo de sua imensa população a níveis mais próximos dos ocidentais. Até lá, muito minério, petróleo e alimentos pautarão esse crescimento. “Os custos de exploração do pré-sal vão se pagar. O petróleo vai continuar encarecendo”, prevê Amorim. Pressão semelhante será sentida sobre os preços dos alimentos, sendo que a produção agrícola brasileira ainda tem muito espaço para crescer.

Para quem acha que ser um grande produtor ou exportador de commodities é uma desvantagem, o economista lembra que produzir manufaturados que incorporem tecnologia já não é mais garantia de diferencial. “Tecnologia também vira commodity. Ela passa a ser reproduzida e se torna mais barata”, diz. Isso principalmente num mundo em que a demanda por produtos tecnológicos aumentou muito, em países e classes sociais emergentes, o que lhes tirou o antigo status de artigos de luxo. As matérias primas, por outro lado, nunca estiveram tão caras.

2. Urbanização dos asiáticos emergentes

Em entrevistas, palestras ou mesmo em suas aparições na mídia, Ricardo Amorim não cansa de repetir que a Ásia é o motor do mundo atual. Não é de hoje que as populações de países como China, Índia e Indonésia são gigantescas. Mas foi em 2001, quando a China entrou na Organização Mundial do Comércio (OMC), que o mundo “virou a favor dos emergentes”, nas palavras do economista. A partir daquele ano, os países asiáticos começaram a experimentar um processo de industrialização e urbanização mais intenso e que ainda tem muito que caminhar.

Atualmente, pouco menos de metade das populações da China e da Indonésia vivem em cidades. No Brasil, esse percentual beira os 90%. Na Índia, apenas 30% das pessoas vivem em centros urbanos. “Esses primeiros dez anos foram só a ponta do iceberg”, diz Amorim. Além de farta mão de obra, os novos cidadãos urbanos vêm se convertendo também em ávidos consumidores. As cidades ainda estão em construção para abrigar tantos novos habitantes, que precisarão de casas, água, esgoto, estradas, para não falar em carros e eletrodomésticos.

3. O Brasil vai crescer apesar de tudo

A esse cenário de forte demanda por commodities valorizadas, soma-se a força do mercado interno. Muitos gargalos preocupam os economistas e empresários brasileiros, como os problemas de infraestrutura, a falta de mão de obra qualificada, a alta carga tributária e as deficiências na educação básica. Ainda assim, o país irá crescer “apesar” dele mesmo. Amorim lembra que, entre 1980 e 2003, o ritmo de crescimento médio do Brasil foi bem modesto, de apenas 2,4%. De 2004 para cá, a cifra foi de 4,9% em média. “E esse patamar deve se manter na pior das hipóteses, ou seja, assumindo que nenhuma das reformas necessárias será feita nos próximos anos. Se algumas delas saírem do papel, aí pode ser que o país cresça em média uns 6%, 7% ao ano”, diz o economista.

4. Mudanças sociais tornarão o mercado interno ainda mais poderoso

Nos últimos anos, o Brasil experimentou a estabilização econômica, na forma do controle da inflação e do câmbio e no fortalecimento do sistema financeiro. Para a população, as mudanças se manifestaram na forma de aumento da renda, do nível de emprego e da oferta de crédito, que conferiram aos brasileiros um poder de consumo nunca experimentado antes. Hoje, o mercado consumidor brasileiro ladeia com os outros cobiçadíssimos mercados emergentes. Estados Unidos e Europa encontram-se ávidos por inundar os grandes emergentes com sua produção, na esperança de recuperar sua saúde financeira.

Mas a população brasileira não é atraente apenas para os países ricos. Somos uma China “em miniatura”, tanto no poder de consumo como na abundância de mão de obra – não tão barata, é claro. “Para o nosso setor de varejo, a China é aqui”, diz Amorim. Esse poder de fogo vai continuar crescendo. As classes A, B e C ainda vão engordar mais – a previsão é que as duas primeiras cresçam mais 50%, e que a terceira aumente em 20% até 2014.

Nossa pirâmide etária também está se modificando e se aproximando do chamado período de “bônus demográfico”. Hoje, o Brasil já conta com dois terços de sua população com idades entre 15 e 64 anos, a faixa considerada economicamente ativa. Essa proporção continuará crescendo até 2022, quando o número de pessoas nessa faixa etária deve atingir o seu auge: 71% da população, ou 147 milhões de pessoas. Com tanta gente no pico da produção, da renda e do consumo, as oportunidades de negócios se tornam únicas para as empresas brasileiras voltadas para o mercado interno.

5. Bom ambiente para as empresas

Os bons ventos internos e externos fizeram as empresas brasileiras e as estrangeiras instaladas no Brasil chegarem bem longe. Hoje, o país acumula superlativos antes impensáveis para um país emergente, o que mostra que o jogo de forças no mundo realmente mudou. Empresas como Petrobras, Vale, Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, JBS e InBev ocupam posições entre as maiores e mais valiosas do mundo, pelo menos em seus segmentos. Em que outra época um fundo brasileiro poderia comprar uma grande rede de fast food americana e pôr um brasileiro na presidência, como aconteceu ao Burger King?

As empresas brasileiras deixaram de ser as compradas para se tornarem as compradoras. Ao mesmo tempo, com o consumo em baixa nos países ricos, as multinacionais aqui instaladas passaram a se beneficiar mais do mercado brasileiro do que do mercado de seus países natais. Para a Fiat, o mercado brasileiro já é mais importante que o italiano; para o espanhol Santander, a maior parte do lucro vem hoje do Brasil. “Hoje, a chance de um empreendedor dar certo no Brasil é maior do que nos Estados Unidos”, diz Ricardo Amorim.

Esse bom momento não é verificado apenas entre empresas de petróleo, bancos ou grandes varejistas. O agronegócio também vem mostrando um crescimento espantoso desde 2001 e, atualmente, o interior do Brasil tem apresentado um crescimento econômico superior ao das capitais. As perspectivas para o setor são igualmente animadoras quando se pensa na grande demanda por alimentos que marcará os próximos anos. Fora que a área cultivável do país, que já é a maior do mundo, ainda pode se expandir ainda mais, sem que para isso seja preciso adentrar a Amazônia ou o Pantanal.

Para a indústria, a boa maré é relativa. Amorim rejeitou a ideia de desindustrialização que paira sobre a economia brasileira. “Se tem alguém vivendo desindustrialização são os países ricos, cuja atividade industrial está estagnada. No Brasil, ela tem crescido significativamente”, diz. Porém, o economista lembra que, para os exportadores de produtos manufaturados, os tempos devem ficar mais difíceis.

O real deve continuar uma moeda forte, mesmo que os Estados Unidos se recuperem. Com o consumo fraco lá fora, os países ricos vão precisar dos mercados emergentes para escoar sua produção. Principalmente se uma crise ainda pior assolar a Europa, possibilidade que não pode ser descartada. Ao mesmo tempo, o desemprego nesses países irá jogar os salários e os custos de produção lá para baixo, tornando a competição com a indústria europeia e a americana ainda mais difícil.

6. Gargalos na infraestrutura

Eis um campo rico para os investimentos de longo prazo e, consequentemente, os fundos de previdência. Se o Brasil vai crescer a um ritmo intenso mesmo que as reformas necessárias não saiam do papel, quanto mais melhorias se tornarem realidade, ainda maior será esse crescimento. A infraestrutura é um desses gargalos que precisará, nos próximos anos, da participação da iniciativa privada para não brecar de vez nosso desenvolvimento.

Copa do Mundo e Olimpíadas vêm aí com suas oportunidades de investimento, mas no campo da infraestrutura, o trabalho a ser feito é muito maior e de prazo ainda mais longo. “Um dos motivos da infraestrutura deteriorada no Brasil é a falta de funding de longo prazo. Está aí a importância do setor de previdência. O investimento privado em infraestrutura vai ter que ‘pegar’ por aqui”, diz Amorim, que lembra que a China deve entrar com tudo no setor nos próximos anos.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Aposentando a máquina concentradora de renda

Desde 1994, com a queda da inflação, a distribuição de renda no Brasil está melhorando substancialmente. Só nos últimos 5 anos, 45 milhões de brasileiros – mais do que toda a população da Espanha – deixaram as classes D e E. No mesmo período, 55 milhões entraram nas classes A, B, C. Em outras palavras, o Brasil ganhou uma Itália de consumidores de classe média e alta neste período. Se mantivermos o ritmo de melhora de distribuição de renda dos últimos 15 anos, antes do final desta década, a distribuição de renda no Brasil será melhor do que nos EUA.

Razão para comemorarmos, certo? Ainda não. Recentemente, a inflação subiu e, para não provocar uma desaceleração mais brusca do crescimento econômico, o Banco Central foi relativamente leniente. Além de outros efeitos nocivos, esta opção retarda e pode até reverter o processo de redistribuição de renda no Brasil de várias formas.

Não foi coincidência que o país teve as maiores taxas de inflação do planeta e uma das piores distribuições de renda do mundo. Quem mais sofre com a inflação é quem não tem conta bancária para proteger seu dinheiro da corrosão inflacionária, exatamente os mais pobres.

Em particular, a recente alta inflacionária foi liderada por uma elevação significativa do preço dos alimentos, que também atinge particularmente os mais pobres, que gastam uma parcela mais significativa de sua renda com comida.

Ao optar por não combater a inflação de forma mais dura agora, o Banco Central, provavelmente, terá de agir com mais rigor no futuro. Como com qualquer doença, quanto mais demoramos para tratá-la, maiores as doses necessárias de remédios e seus efeitos colaterais. No caso, o remédio é a elevação da taxa de juros, que, além de frear a atividade econômica, também funciona como um mecanismo concentrador de renda. Enquanto os mais pobres, normalmente, tem dívidas, cujo financiamento fica mais caro com a alta dos juros; os mais ricos tem aplicações financeiras, cuja rentabilidade sobe junto com os juros.

Para reacelerar o processo de redistribuição de renda no Brasil, além de parar de titubear no combate à inflação, o governo precisaria, apenas, de mais duas medidas.

Primeiro, aumentar investimentos em educação básica. Além da própria inflação, as raízes de nossa má distribuição de renda estão na péssima distribuição de oportunidades educacionais. Crianças sem acesso a educação de qualidade transformam-se em trabalhadores desqualificados, com baixa produtividade e baixos salários.

Além disso, o governo deveria reduzir seus gastos. Assim, diminuiria sua necessidade de financiamento, permitindo que os juros caíssem. Permitiria também a redução de impostos, que, no Brasil, penalizam os mais pobres com uma concentração de impostos sobre consumo. Enquanto aqueles com maior renda conseguem poupar parte dela, os mais pobres gastam tudo que ganham e, às vezes, até mais do que ganham em consumo.

O Brasil não chegou a uma das piores distribuições de renda do planeta por acaso. Já passou da hora de aposentarmos nossa máquina concentradora de renda.

Ricardo Amorim

Economista, apresentador do programa Manhattan Connection da Globonews e presidente da Ricam Consultoria

Para contratar - Clique aqui