Ambientes de trabalho tendem a ser ambientes pesados e duros, onde
reinam a seriedade e a disciplina, onde procedimentos e normas se
acumulam sobre as leis da sociedade. A composição só é tolerada por
conta de esperanças de um futuro melhor ou por conta das contas.
Mas precisa ser assim mesmo?
O
livro "A insustentável leveza do ser", de Milan Kundera, publicado em
1984 poderia bem ser uma leitura obrigatória dos cursos de Administração
e dos MBAs para compreender que a dualidade da dureza e da leveza pode
estar invertida para muita gente.
A dureza pode ser apenas a
ausência da leveza e o ambiente pesado no trabalho pode ser apenas
reflexo da incapacidade do líder em estabelecer um ambiente leve e
criativo.
É a escolha entre a disciplina e a inovação criativa
como caminhos para se alcançar o salto de produtividade através da
eficácia ao invés da eficiência repetitiva de Taylor e Ford.
Quem
ainda não entendeu que a permanente busca da eficiência (mais por
menos) já teve o seu melhor momento e só a inovação pode levar a
produtividade aos níveis desejados? Para isso, é fundamental que o
ambiente seja leve, livre e criativo...
Saber criar leveza no
ambiente de trabalho pode ser considerado uma arte refinada na arte da
gestão, principalmente em épocas difíceis. Significa trocar o poder da
autoridade pelo poder da sabedoria. Sabedoria que assegura que o ser
humano produz mais e melhor em ambientes favoráveis em que o medo é
substituído pela confiança e a cobrança é substituída pela
responsabilidade.
E de onde vem a postura do chefe, que faz o
ambiente leve ou pesado? Vem das suas crenças remotas, das suas
experiências de outras épocas e de outros contextos. Sim, no passado, a
autoridade era a principal imagem do pai de família. Castigos físicos
eram praticados até em escolas e bulling nem era problema qualificado
ainda.
Destas experiências e da dureza da vida daqueles tempos,
forjamos a base da nossa resiliência, como um bom produto, mas nem
sempre aprendemos o certo através do errado.
Todos que alcançam a
posição de liderança nas organizações já passaram por etapas
profissionais sofridas, por chefes autoritários, por ambientes de
trabalho pesados e desgastantes, por momentos de desesperança. Mas nem
sempre buscam o inverso como solução quando podem.
O ambiente
pesado pode ser apenas a ausência da leveza. Mas crenças são fortes e
fortalecem-se mais ainda, alimentados pelo poder e pela autoridade,
constituindo o modelo "comando-e-controle".
Receio que o problema
seja a necessidade de controle. Afinal, não é o fato de pagar salário
que deixa de ser uma relação escravagista, mas é o abuso sobre a
dependência que faz com que a relação seja pré-Isabeliana.
Ser
leve é permitir a liberdade e a criatividade. É apostar na eficácia da
inovação no dia-a-dia, mais do que na eficiência da esgotada repetição
mecânica...
Escrito por Yoshio Kawakami
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