Você é encarregado de preparar um determinado projeto. Em verdade,
você mesmo candidatou-se à tarefa, pois conhece o assunto como poucos e
está certo de que poderá contribuir com sua equipe. Assim, bastariam
algumas horas de transpiração diante da tela do computador para produzir
uma primeira versão do documento que seria apresentada aos seus pares
propiciando debates e a elaboração de uma versão posterior, mais densa e
melhor estruturada.
Todavia, seu nível pessoal de exigência
impede-o de redigir uma proposta sem antes promover todo um trabalho de
pesquisa para embasar sua tese. Mas pesquisa demanda tempo e o tempo é a
matéria-prima mais escassa do mundo moderno. Passa-se uma semana, duas,
um mês. O projeto não sai de seu pensamento e não vai para o papel.
Você se angustia, perde o prazo e a credibilidade com seus colegas. E
consigo mesmo.
O exemplo acima pode representar um projeto
profissional. Pode também ilustrar um trabalho acadêmico ou mesmo uma
ação filantrópica. O fato é que em qualquer um dos casos o desejo de
fazer o ótimo dilacerou a possibilidade de fazer o bom. Ao final, nada
foi concretizado, o que significa um resultado péssimo.
Convido
você a fazer igual analogia com outros sonhos que já visitaram suas
noites em vigília. Livros que não foram escritos, músicas que não foram
compostas, poesias que não foram declamadas. Uma intervenção necessária
durante uma reunião que foi contida por falta de ousadia. Uma declaração
de amor reprimida porque você ainda não se sentia preparado.
Temos
o mau hábito de esperar pelo mundo perfeito para tomar decisões. É como
se decidíssemos cruzar a pé uma movimentada autoestrada apenas quando
todos os veículos parassem para permitir nossa passagem, sem a
existência de qualquer sinalização que os obrigasse a tal ação.
Enquanto
buscamos e ansiamos por este mundo perfeito, outras pessoas fazem o que
é possível, com os recursos de que dispõem, dentro do tempo que lhes é
concedido. E não raro acabam sendo bem-sucedidas. Então, ao observarmos o
conteúdo de suas produções, colocamo-nos imediatamente a criticá-las,
certos de que poderíamos ter alcançado um resultado muito mais
satisfatório. Nós pensamos; elas agiram.
Observe como muito pode
ser feito usando de pouco tempo e de muita simplicidade. Muitas vezes
basta um telefonema de alguns minutos para dirimir uma dúvida, prestar
um esclarecimento, obter uma dilação de prazo. De igual maneira, um
e-mail redigido em uma fração de segundos pode aquietar o espírito de
seu interlocutor e sepultar o risco de um desentendimento.
Agradecimentos, por sua vez, devem ser prestados o quanto antes, ou
tornam-se inócuos e desprovidos de sensibilidade.
Um livro pode
ser escrito de uma só sentada ou capítulo a capítulo, dia após dia. Uma
música pode ser composta num guardanapo de papel na mesa de um bar ou
nas bordas de uma folha de jornal que repousa em seu colo dentro de um
ônibus. Um poema pode ser oferecido em meio a um jantar ou dentro de um
elevador que se desloca do terceiro piso para o subsolo.
O tempo
certo para agir é agora. Não de qualquer jeito, não com mediocridade,
mas com o máximo empenho possível. Amanhã, como diriam os espanhóis, é
sempre o dia mais ocupado da semana.
Escrito por Tom Coelho
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