Como assim? Você não se preocupa com isso?
De fato, nem todo
mundo se preocupa com isso e deixa para a última hora, ou apenas deixa
que a empresa resolva o problema após a sua saída. Mas não seria esta
uma das principais responsabilidades de um gestor? Ou você não se
importa com o que acontecerá aos seus colegas de trabalho, parceiros de
negócios e seus clientes? Afinal muitos deles confiaram em você quando
aceitaram suas propostas, não?
Seja pelas preocupações com
aqueles que confiaram em trabalhar ou fazer negócios com você, ou pelo
legado que fica para o futuro da empresa, o futuro faz parte dos
resultados sustentáveis que você deixa como gestor.
Fazer com que
a confiança na marca e na empresa seja preservada, faz parte das
responsabilidades e dos valores que um gestor proporciona à empresa.
Principalmente quando o afastamento se dá como uma fase final da
carreira de executivo de uma empresa.
Neste momento estou
cumprindo as minhas últimas semanas como gestor da empresa, deixando a
carreira profissional como executivo da Volvo Construction Equipment
Latin America. É o resultado final de alguns anos de preparação da
empresa e do grupo de diretores para uma importante transição após 12
anos de trabalho e de um período inédito de crescimento.
A
preocupação nos últimos 05 anos foi de renovar o grupo de diretores,
para que a organização contasse com uma liderança capaz de seguir
desenvolvendo a empresa, diante de novos desafios. Não há dúvidas de que
os problemas surgidos com a crise financeira ainda não foram
resolvidos.
A nova situação será mais desafiadora do que da fase
anterior, tanto internamente na organização, quanto externamente no
mercado. As empresas já promoveram, ou estão promovendo mudanças na sua
estrutura; estão se tornando ainda mais globais, dependentes de novos
mercados emergentes. São novos tempos para novos desafios e novas
soluções.
O grupo responsável pelas principais decisões precisa
estar atualizado e preparado para os próximos anos, com capacidade para
gerar novas soluções de negócios e novas relações com os principais
stakeholders do negócio. A renovação dos diretores já está concluída,
como parte de um acordo que fizemos há vários anos, para evitar que a
organização encontrasse um "precipício", com todos diretores chegando à
idade limite ao mesmo tempo.
O acordo realizado na época permitiu
que os diretores encontrassem alternativas e soluções adequadas em
tempo para prosseguirem com as suas vidas, realizando seus projetos
pessoais e seus desejos profissionais.
Os aprendizados foram muito interessantes ao longo dos últimos anos.
A
proposta para se pensar e planejar a sucessão de toda diretoria foi
fundamental para que todos encontrassem soluções para suas vidas. Ao
assumirmos o compromisso de encontrar uma solução, cada qual começou a
pensar, preparar alternativas e desenvolver conhecimentos necessários. O
resultado foi que praticamente todos anteciparam a mudança de vida, ao
invés de permanecerem até o último momento.
Todos perceberam que
tinham alternativas interessantes e que não dependiam tanto da empresa
como pensavam. O crescente entusiasmo com as novas possibilidades
determinou, em muitos casos, uma antecipação do desligamento.
Com
a perspectiva de concluir o seu trabalho de muitos anos de forma
positiva, surgiu um natural desprendimento em treinar os seus
sucessores e os colegas, que facilitou a renovação dos quadros
gerenciais.
Ao se tratar do assunto de forma aberta na
organização, o interesse dos mais jovens na empresa foi mantido pelas
perspectivas de surgimento de novas oportunidades, com a sequência de
mudanças de posições na organização.
Não há dúvidas de que este
assunto gerou algumas especulações e incertezas até as definições
finais, mas ainda assim, com menor prejuízo às atividades.
Ao
tratar o problema de uma forma inédita, muito aberta, parece-me que
alcançamos um resultado muito mais satisfatório do que manter segredos e
especulações. Provavelmente conseguimos reduzir o stress a níveis muito
baixos em relação à alternativa.
Talvez esta experiência seja útil na sua empresa? Você gostaria que as transições fossem assim na sua empresa?
Escrito por Yoshio Kawakami
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