quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Voce gosta de crises?

Muita gente acha que só quando os negócios caminham bem e o mercado está crescendo, pode-se visualizar um crescimento de carreira. Mas a realidade pode ser outra, principalmente considerando-se que crescer profissionalmente depende de oportunidades de mostrar um valor superior.

Quando o mercado está favorável e os negócios crescem, a quantidade de oportunidades que surgem são decorrentes do crescimento dos negócios. Não há dúvidas de que é o ambiente mais favorável na medida em que as empresa incrementam as posições de liderança e de gestão.

No entanto, o que é decorrente do volume, também pode desaparecer com o volume, nos momentos menos favoráveis do mercado. Se você tiver a felicidade de aproveitar uma situação de crescimento, tenha consciência de que é um conforto temporário e na primeira necessidade de cortes na empresa, haverá redução destas novas posições.

Quando fui promovido à posição de gerente, fiz parte de um grupo de "sortudos" que estavam no lugar certo, no momento certo. Éramos 05 novos gerentes promovidos de uma só vez na mesma divisão. O acontecimento foi apelidado de "Trem da Alegria".

Em seguida, ao completar o quadro de uns poucos funcionários no meu departamento, comuniquei que o "Trem da Alegria" não era uma garantia, mas sim um processo seletivo gradual. Comentei que dos 05 novos gerentes, provavelmente seriam 02 a sobreviver, ao ao longo de alguns anos. O meu plano era ser um destes 02 sobreviventes, por nenhuma outra coisa senão um resultado superior.

Por coincidência, após uns 4 anos, deste grupo haviam apenas 02 gerentes. Acontecera  troca com outra divisão, demissão por redução de postos e substituição por performance. A sobrevivência a este processo seletivo foi baseada principalmente na entrega dos melhores resultados.

As crises se sucediam e éramos testados sem descanso pelas condições do mercado, em que a resiliência às adversidades era certamente uma característica fundamental para a sobrevivência. Manter a frieza quando o dia seguinte era imprevisível, ser otimista e propor planos sem muita certeza de sucesso, iniciar um projeto e imediatamente ser forçado pelo mercado a alterá-lo, preocupar-se apenas com o curto prazo e outras frustrações transformavam o trabalho em permanente exercício de fé.

Claro que falar de manutenção da qualidade de vida, redução do estresse no trabalho, evitar horas-extras e outras recomendações eram apenas luxos improváveis e impossíveis.

Porque seria importante entender esse processo de sobrevivência à crise?

Por que poderá ser útil em algum momento da sua carreira. Lembre-se de que a maioria do mundo está em crise neste exato momento. O Brasil é um oásis neste mercado e estamos vivendo um privilégio.

No passado, na década de 70, o Brasil optou por ignorar uma crise séria. Era a crise do petróleo que afetava muitos países e posteriormente gerou uma acomodação dolorosa. Quando o mundo já se reerguia da crise, a conta chegou para o Brasil e mergulhamos em mais duas décadas de crises.

O "Trem da Alegria" passou no meio de uma destas crises e deu oportunidade para um grupo de profissionais muito bons. Hoje percebo que mesmo nas crises, e talvez, por causa das crises, surgem oportunidades interessantes. Aproveitar a oportunidade e permanecer na posição até a crise passar pode ser trabalhoso, mas na sequência, novas e melhores oportunidades podem surgir para os que sobreviverem.

Crescí quando sobreviví a uma crise que provocou um prejuízo de quase 30% do faturamento no pior ano. Foram três anos de prejuízos, ameaças de aquisição hostil da empresa, seguidas reorganizações e cortes de pessoal.

Portanto, considere que uma crise pode ser a oportunidade que falta para você se sobresair do grupo e demonstrar um valor superior aos demais. Apenas esteja melhor preparado que os seus colegas para poder aproveitar a "oportunidade perigosa" e seguir em frente com menos concorrentes na parada.

Escrito por Yoshio Kawakami
Para contratar este palestrante: (11) 2221-8406 ou



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