Se você já tem pelo menos uns 15 anos ou 20 anos de carreira nas
empresas, você já deve ter vivido algumas mudanças organizacionais e
várias implementação de programas de qualidade, novos conceitos
organizacionais, novos sistemas de IT, medições de satisfação de
clientes, programas de fidelização, novos sistemas de produção, etc.
Você
já se questionou alguma vez se realmente os resultados foram os
esperados? Não estamos questionando se houve algum avanço ou melhoria,
mas estamos falando de quantificação dos resultados.
O
investimento deu o retorno esperado mesmo? O mesmo diretor que fez o
discurso na hora de motivar as pessoas para a implementação de um novo
programa, voltou para dizer como ficaram os números no final da
história?
E aquele novo sistema de TI implementado, realmente
veio com as funcionalidades contratadas e com a performance pretendida,
dentro do prazo e do orçamento? Dizem que uns 30% dos novos programas
não chegam a funcionar e outros 60% ficam mais caros ou não cumprem o
prazo ou ainda, são terminados sem todas funcionalidades contratadas.
Dizem que apenas 10% alcançam os resultados contratados...
Aquela
medição de satisfação dos clientes, faz mesmo medições que permitam
rastrear as causas e efetuar as correções? Não estaria apenas promovendo
indicadores que tem mostram que tudo está sob controle?
O
programa de fidelização está mesmo mostrando a fidelização qualificada?
Não estaria nedindo apenas o ganho ou perda do número total de clientes?
Poderia apenas estar criando novos obstáculos para saída de clientes?
Aquele
modelo organizacional conseguiu sobreviver a um prazo maior do que 10
anos? Ou parece ser mais um caso clássico de mudança dentro deste
período? Era matricial e voltou a ser hierárquico e agora ninguém
consegue dar um nome adequado?
O sistema de produção inovador foi
mesmo responsável pelos ganhos de eficiência? Não teria sido a
coincidência com um crescimento de mercado inesperado? E os custos
realmente alcançaram os valores projetados?
Aquele acompanhamento
de implementação da estratégia, focaliza na efetividade e nos
resultados? Ou apenas acompanha as atividades de implementação das
ferramentas?
O que se deveria questionar hoje não é uma
precisão absoluta em meio a mudanças do ambiente de negócios, mas a
claridade do retorno dos investimentos realizados nestes novos
programas.
Também se deveria questionar se este número crescente
de indicadores consegue mesmo trazer o foco necessário dos gestores para
os problemas reais.
Em outros tempos, usavam-se um números
restrito de indicadores de perfomance que apontavam diretamente onde
havia problema. Hoje em dia, cada divisão tendo 30, 40, 50 ou até mais
indicadores, e os gestores se perdem num processo de banalização de
indicadores, que ao tentar tornar tudo importante, torna tudo
irrelevante.
Claro que há coisas que ficaram mais fáceis ao
aumentar o número de indicadores, pois ninguém mais cai na zona de
desconforto. Sempre haverá um grande número de indicadores irrelevantes
com boa performance para camuflar os poucos indicadores importantes que
eventualmente estejam "vermelhos".
Mas quem tem tempo para
revisar e discutir todos os indicadores em detalhes? Para muitos, um
scoreboard com 20 ou 30 indicadores é muito conveniente, pois é
analisada por prevalência de cores. Se a maioria estiver "verde", mesmo
que sejam os indicadores irrelevantes, o tom predominante gerará uma
agradável sensação de boa performance.
Não seria hora de
parar e pensar um pouco sobre esta situação? A impressão é de que a
avaliação dos indicadores tornou-se apenas mais um ritual corporativo do
tipo "don´t tell, don´t ask".
O perigo é o profissional
passar a acreditar nesse ilusionismo corporativo ou nessa ilusão
corporativista e deixar de ser um verdadeiro profissional.
Acho
que podemos chamar essa nova síndrome de "Gestão por Côres". Muita gente
está administrando para que o scoreboard tenha "50 tons de verde", numa
elegante composição de verdes e amarelos. A menos que o scoreboard
apresente "50 tons de vermelho", ainda tudo estará bem..
Escrito por Yoshio Kawakami
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